24 agosto 2006

Casa dos Escravos



A diferença entre ser blogueiro e ser jornalista da grande imprensa é a liberdade e a falta de salário. No que toca à liberdade, o bonito é brincar e tentar ser o melhor, dar o melhor. Não melhor do que ninguém. Melhor do que a gente mesmo, ontem.
Por exemplo, recentemente vi na Televisão italiana RAI um programa extenso, longo mesmo, chamado Turisti Per Caso apresentados por Syusy Blady e Patrizio Roversi. Uma viagem fantástica à Etiópia e Senegal.
No Senegal eles visitaram a Casa dos Escravos na Ilha de Gorée, Dakar, capital do País. Não sei se é do conhecimento, mas a Unesco e a Organização Mundial do Turismo incentivam a criação de roteiros de turismo integrado por tema ou território. É o caso do roteiro cultural, bom para reflexão, chamado Rota da Escravidão.
Me impressionou e chocou ver a Porta da Viagem sem Retorno (foto). Depois de serem mantidos em condições horríveis por mais de três meses, finalmente chegava o dia dos negros escravos embarcarem para a as Américas: Brasil, Cuba ou Luisiana (EUA).
Após percorrerem corredores escuros, de repente aparecia uma luz, uma porta que dava direto para o mar. Além da porta, as pedras e o mar profundo. Lá, esperando, um barco. Voltar nunca mais. As famílias eram separadas e enviadas para diferentes destinos. Mulheres para Cuba, Homens não sei para onde e as crianças para ainda outro lugar. Vale a pena ver o site do Museu e conhecer a Rota da Escravidão da Unesco / OMT. Outra Rota mais suave e mais honrosa é a Rota da Seda.
Depois há muitas outras rotas de turismo cultural pelo mundo afora inclusive as nossas rotas das Missões, Mundo Gaúcho (que está sepultado, por enquanto) e as propostas do Paraguai e muitas outras. A Casa dos Escravos é parte ainda de uma Coligação Internacional de Lugares Históricos da Consciência. São lugares que lembram barbáries cometidas pela humanidade e servem para implorar que mudemos. O bombardeio do Líbano é um exemplo de que a consciência anda fraca. E o turismo está lá visitando, divulgando, levando alunos para ver se um dia a coisa muda! Aqui um link para um texto acadêmico interessante sobre turismo e imaginação. Está em italiano e é da UB - Universidade de Barcelona.

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