Recebi e repasso texto de Gilmar Piolla. O motivo de o pubicar aqui é porque cerio no texto. Confira:
Gilmar Piolla*
Que o Destino Iguaçu está em evidência, não resta a menor dúvida. Nossa imagem melhorou. Passamos a se conhecidos como destino de qualidade para lazer e eventos. Estamos crescendo mais do que o dobro da média nacional e três vezes mais do que a média internacional. Os bons números alcançados em 2010 são a prova inequívoca de que estamos no caminho certo e em rota ascendente.
O ano que passou foi considerado histórico, marcado pela quebra de recordes. O movimento no Aeroporto Cataratas aumentou 43%, enquanto a média dos demais aeroportos brasileiros ficou em 20,4%. No Parque nacional do Iguaçu, o aumento na visitação foi de 18,3& e na Usina Hidrelétrica de Itaipu, chegou a 17,8%. A captação de eventos seguiu no mesmo ritmo, apresentando expansão de 18,8%.
Se, por um lado, esses resultados nos motivam a comemorar, por outro ensejam preocupações. O ano de 2014 será emblemático para Foz do Iguaçu. Além de ser o ano da Copa do Mundo, será também o do centenário da cidade, dos 75 anos do parque Nacional do Iguaçu e de 40 anos da Itaipu Binacional. Será que esse crescimento verificado em, 2010 é sustentável em médio e longo prazos? Como chegaremos em 2014? Confesso que essas perguntas me provocam inquietudes.
Temos gargalos de infraestrutura que limitam o pleno desenvolvimento do nosso potencial turístico. Nosso aeroporto opera no limite de sua capacidade. Em quatro anos de gestão integrada do turismo, trabalhando lado a lado, poder público e iniciativa privada, conseguimos quadricular o número de voos. Agora, que estamos prestes a romper a barreira de 30 voos diários ou regulares, nos damos conta da urgência dessa medida.
A Itaipu e o Fundo de Desenvolvimento e Promoção Turística do Iguaçu, o Fundo Iguaçu, negociam com a Infraero os termos jurídicos do acordo para assumir a responsabilidade pela elaboração dos projetos básicos e executivos necessários para acelerar a reforma e expansão do aeroporto. Caberá à Prefeitura Municipal de Foz do Iguaçu desapropriar as áreas para a construção da nova pista de pouso e decolagens.
A ideia é fazer uma verdadeira transformação no aeroporto, a exemplo de Congonhas (SP) e santos Dumont (RJ), com a construção de nova pista, em substituição à atual, que será convertida em taxiway; instalação de fingers novéis; elevação do pé-direito do segundo piso; reforma do terminal de passageiros, com ampliação das salas de embarque e desembarque; construção de dois hangares e de um novo terminal de cargas; além da ampliação do ILS-CAT2, sigla em inglês para Sistema de Pouso por Instrumentos, categoria dois, é outra reivindicação importante, assim como a construção de um novo estacionamento para automóveis.
A Rodovia das Cataratas, única via de acesso ao aeroporto e ao Parque Nacional do Iguaçu, embora se encontre em processo de restauração, precisa ser duplicada nos próximos anos para atender à demanda crescente de fluxo de veículos. A restauração vai melhorar um pouco o aspecto atual da rodovia, mas, mesmo depois de pronta, continuará aquém da rodovia que merecemos e longe de ser mais um cartão-postal da cidade.
Ao mesmo tempo, a Trilha das Cataratas, que tem inicio no mirante em frente ao Hotel das Cataratas e se estende por 1.200 metros até as passarelas que levam os turistas às quedas d´águas da Garganta do diabo, também deve ser revitalizada. Este ano, bateremos mais um recorde de visitação às Cataratas e a Trilha já não comporta tanto movimento nem garante acessibilidade a portadores de necessidades especiais, idosos e crianças.
Cidade turística que se preze tem que ser muito bem limpa, planejada e preservada. Infelizmente, este não é o nosso caso. Elo entre a cidade e os seus atrativos, o chamado Corredor Turistico (que compreende as Avenidas das Cataratas, Costa e Silva, Jorge Schimmelpfeng, JK, Paraná, república Argentina e Tancredo Neves, com exceção desta última) exige intervenções arquitetônicas, urbanísticas e paisagísticas imediatas, para estimular não só as atividades relacionadas ao turismo, mas o comercio e os serviços.
O Marco das Três Fronteiras é outro exemplo de espaço urbano que requer atenção urgente. Do jeito que está, o ponto turístico, que simboliza a união entre Brasil, Argentina e Paraguai, perdeu atratividade. Enquanto não for revitalizado, deveria ser fechado para visitação pública, pois não oferece as mínimas condições de conforto, qualidade e segurança.
As nossas aduanas, por sua vez, também devem se ajustar às novas demandas que o turismo moderno hoje nos impõe. Temos, ainda, muito o que evoluir na integração com os nossos países vizinhos, seja no combate às ilicitudes, seja nos procedimentos de controle e fiscalização ou na circulação de pessoas e mercadorias. No entanto, criar mecanismos para facilitar a integração turística é primordial.
Onde quer que se vá, em qualquer cidade do mundo que vive do turismo, os mercados municipais são importantes referencias, pois são espaços de recuperação e valorização da cultura, gastronomia e patrimônio histórico de um lugar. Foz do Iguaçu há muito tempo já faz por merecer o seu.
Finalmente, é preciso investir em capital humano como diferencial competitivo para firmar o Destino Iguaçu como um dos melhores destinos do Brasil e do mundo. Incentivar a qualificação de mão de obra dos profissionais de turismo é mais uma tarefa imperiosa que se coloca como prioritário em nosso horizonte. Por isso, temos que ajustar o foco, pensar grande, começar pequeno e agir rápido. Ou perderemos o bonde da história.
*Gilmar Piolla é superintendente de Comunicação Social da Itaipu Binacional e presidente do Fundo de Desenvolvimento e Promoção Turística do Iguaçu – Fundo Iguaçu.
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