O título da postagem é o título de um artigo que o jornalista e fotógrafo Marcos Sá Corrêa, escreveu no O Estado de São Paulo, hoje. O artigo foi replicado em blogs e bons sites como o H2foz e celebrado em Foz do Iguaçu. Acho é bom. Realmente, uma honra sair no estado de São Paulo. Sair no jornal da metrópole. Isso, para os moradores dos arrebaldes, é muito bom. Mas eu não me impressiono. Algo foi forçado. Me acompanhe. No primeiro parágrafo eu li:
"No dia em que virou setentão (foi no aniversário do Parque), o Parque Nacional do Iguaçu nem parecia o mesmo que continuava sob o ataque de prefeitos paranaenses, em campanha para trespassá-lo com a Estrada do Colono; de guaranis, que vinham do Paraguai para invadi-lo; e de caçadores clandestinos, que nunca deixaram de considerá-lo reserva privativa de carnes exóticas.Seu aniversário foi uma dessas festas que o País raramente faz para selar o armistício dos brasileiros com o que ainda lhes resta de original em seu território. Pelo menos no sábado passado, em Foz do Iguaçu, políticos e empresários se revezaram ao microfone para homenageá-lo, tratando-o como parceiro comercial".
Não, a paz não foi feita não! Os prefeitos paranaenses, quer dizer de Serranópolis do Iguaçu, Capanema, Medianeira e outros municípios continuam querendo trespassar o Parque com a Estrada do Colono. Alguém, disse ao jornalista, que os guaranis que "invadiram" o parque vieram do Paraguai - como tudo que é ruim - armas, contrabando, índios vem do Paraguai.
E os caçadores? Continuam entrando no Parque. Nada mudou. Ou melhor, mudou. O caiteto sumiu do Parque Nacional do Iguaçu. As onças ou já se acabaram ou estão bem perto disso. O aumento da arrecadação (o que fez o PNI ficar lucrativo), não foi traduzido em aumento da fiscalização e fiscalização com ação de apoio às comunidades do entorno. Inclusive isso é o que manda o Plano de Manejo em programa e subprograma que tratam de relacionamento com a comunidade e alternativas ambientalmente saudáveis para as populações.
E não! Não tem nada de parceiro comercial não. Eu não sou parceiro comercial, não. A cada dia diminuem "os meios de vida" de quem antes vivia do Parque - falo das populações locais e não dos concessionários nacionais, transnacionais e intercontinentais.
E não! Está havendo um erro. O evento que causou uma explosão na população de Foz do Iguaçu se chamou "Itaipu - a hidrelétrica" durante sua construção no final dos anos 70 e não a criação do Parque em 1939. Antes tivesse sido!
Outras ações mencionadas no artigo, como a criação de um acervo fotográfico chamada Memória das Cataratas, isso é bom mesmo. Deve ser creditada à equipe do diretor da Unidade, Jorge Pegoraro, que, embora nunca tenhamos nos encontrado, é uma pessoa sensível. Nisso parabéns. Eu até acredito que ele é uma vítima dos grandes cérebros - infelizmente paranaenses - por trás do modelo implantado desde 2000 e que será levado ao resto do Brasil como "O modelo" - assim com artigo definido.
Conheça as próximas vítimas: Parque Nacional Chapada Diamantina (BA), Parque Nacional Chapada dos Guimarães (MT), Parque Nacional Chapada dos Veadeiros (GO), Parque Nacional Lençóis Maranhenses, Parque Nacional Pantanal MT e MS), Parque Nacional Serra da Canastra (MG), Parque Nacional Serra da Capivara (PI), Parque Nacional Sete Cidades (PI) e Parque Nacional Ubajara (CE). Ao longo do ano, eu vou abrindo o jogo. Veja noticia onde o ministro Mink, do Ambiente Lucrativo anuncia o Plano.
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