22 fevereiro 2006

Seminário de turismo PNI

O Ibama realizou ontem, dia 21, o I Seminário de Turismo Sustentável do Entorno do Parque Nacional do Iguaçu, no Hotel Rafain Palace em Foz do Iguaçu. Estiveram presentes autoridades e empresários, além de técnicos e outros interessados dos 14 municípios do entorno do Parque. O seminário é parte do que se chama "Programa de Desenvolvimento do Turismo Sustentável do Entorno do Parque Nacional do Iguaçu". A organização foi do Ibama, Parque Nacional do Iguaçu e Governo do Paraná via Ecoparaná.
Uma espécie de sub-tema do evento foi "Abrindo a Porteira da sua Propriedade". Devido à tendência dos municípios, há uma forte pré-disposição ao turismo centrado na agricultura, vida rural com cuidados pela preservação etc. Em outras palavras um turismo rural. Foi distribuido, na pasta oficial, um folheto que liga o projeto ao "Programa Nacional de Turismo Rural na Agricultura Familiar - PRONAF". Este, um programa da Secretaria da Agricultura Familiar junto com o Ministério do Desenvolvimento Agrícola e Ministério do Turismo. Existe linhas de crédito do Pronaf para o Turismo Rural, Agroindústria, Mulher, Jovem Rural, Agroecologia e área Florestal.
Capanema, pelo que vi, é o município que parece estar quase pronto para entrar em cena. Cláudia Ferrorato, contratada especialmente para tocar o programa do turismo do município, fez uma ótima apresentação. A cidade já fez todo um trabalho incluindo identificação e organização de propriedades aptas, sinalização, cursos e até já criou uma Associação de propriedades interessadas no Turismo Rural. A Associação se chama Doce Iguassu (olhe o Iguaçu com dois SS - um verdadeiro carrapato ortográfico-turístico). Uma propriedade da lista se chama Megarancho - tem até um pequeno museu dentro. Escutei falar também em Fazenda Sinuelo que já se prepara para o turismo e até já dispõe de um lodge que já tem uma bela piscina. Muito bom.
Muitas das propriedades de Capanema estão mergulhadas de cabeça na produção orgânica. Um dos produtores de orgânicos se chama Roque Silfredo Werlang - que já é conhecido como o Rei do Abacaxi doce, gostoso, orgânico, sem veneno, ou trasngenia ou outra arte do capeta qualquer. Estou curioso. Uma última palavra sobre Capanema: a sinalização das propriedades está sendo feita tendo como inspiração os marcos fronteiriços. Capanema é fronteira com a Argentina e há marcos de pedra feitos no estiolo original: pedras balsáticas da região em estado natural (sem pintura de cores de países como aconteceu com o marco das Três Fronteiras).
Os marcos no estilo "fronteiriço" marcam as propriedades participantes. Além disso Capanema tem também a Casa Familiar Rural onde há cursos para a comunidade, especialmente os jovens preparando-os para duas coisas: ser profissional e não ir embora do campo aumentando a população dos infelizes nas cidades grandes. Parabéns Capanema.
No evento estava o gerente executivo do Ibama Paraná, Marino Gonçalves, o diretor do Parque Nacional do Iguaçu-Ibama Foz do Iguaçu, Jorge Pegoraro e a equipe que trabalha com os agricultores - entre elas, ou pelo menos a apresentação que assisiti, foi dirigida por Raquel Müller - boa profissional.
Outros municípios do lado de lá do Parque também estavam presente. É o caso de Capitão Leônidas Marques fundado em 1964 e que está no processo de definir propriedades que possam participar do turismo no entorno do Parque. Depois volto a falar sobre Capitão Leônidas Marques e publico uma mini reportagem sobre a cidade e uma entrevista com o diretor de desenvolvimento econômico, comércio e turismo Liar Dalprá. Em Capitão está o Salto Gonçalves Dias. Vi representante também de Santa Lúcia, Lindoeste e Santa Tereza do oeste.A idéia dos organizadores do evento é criar uma produto turístico que atenderá por um nome. Segundo Raquel Müller seria criar um Rota geral (o que se chama de cluster ou aglomerado) que inclua a todos os municípios do entorno. Dentro dessa rota estariam os roteiros individuais de cada município.
Foi apresentado uma proposta de nome para a rota. Seria: Rota Iguassu ou Rota Iguaçu. Não precisa dizer que o pau quebrou quando veio a história dos dois SS's. O diretor do Ibama Paraná parece querer a forma Iguassu porque segundo ele isso facilitaria não-sei-o-quê lá fora. Ele disse também que Iguassu é a maneira mais fiel à forma indígena. Não sei. Até ontem, línguas indígenas brasileiras eram ágrafas quer dizer "sem grafia".
Eu não levantei a mão para votar. Mas aqui para nós, e considerando que o produto tem como centro o Parque Nacional, os municípios do entorno do Parque Nacional do Iguaçu, a rota deveria lembrar este fato. Ficaria mais fácil para vender o produto que se chamasse "Rota do Entorno do Parque Nacional do Iguaçu" ou "Rota do Entorno", "Rota do Parque". Iguaçu é muito grande.
Uma pergunta: Foz do Iguaçu é parte do entorno? Com a excepção do Felipe Gonzales, não tinha ninguém lá. A galera da auto-suficiência iguaçuense estava inaugurando o novo posto de informação do Terminal de Tranpsortes Urbanos - TTU. A dificuldade de Foz é adaptar-se aos seus três clusters: Entorno do Parque. Lindeiros do Lago e Pólo Iguaçu ou Iguassu (este último o aglomerado de Foz com as cidades Ciudad del Este, Hernandárias, Mingá Guazú, Puerto Presidente Franco (Paraguai) e Puerto Iguazú (Argentina). Mais uma dica para que a Rota do Parque não se meta no rolo do "Iguaçu". Chau!

Obs: releia a convocação para a Audiência Pública na Câmara de Foz!

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