Baixo astral na menor BR do Brasil*

Em maio, ou será junho? Foz do Iguaçu vai realizar um evento próprio chamado Salão do Turismo do Mercosul. Ou algo parecido. Será a segunda edição. Eu não tenho nada a ver com o evento. Assim não escrevo a pedido dos organizadores – eu até acho que os organizadores nem gostam de mim. Mas gosto não se discute e eu não sou chocolate. O que vou dizer é meu. Minha responsabilidade.

Lá vai, então. Trafeguei pela Avenida das Cataratas – escondido, claro. Minha impressão é que estava voltando a um lugar deprimido. O astral na avenida está baixo. Quem trafega na avenida e se ela estiver como estava no Dia do Índio (Dia em que o branco celebra a desgraça dos índios), vai ver uma avenida em decadência. Quer dizer uma avenida de um “destino” turístico em decadência.

Se os organizadores do Festival do Mercosul conseguirem trazer buyers e suppliers quer dizer compradores e vendedores de produtos turísticos, o que vamos estar vendendo? Estaremos vendendo uma imagem de DTD (Destino Turístico Decadente)?

Não estou aqui lamentando pela não duplicação da Avenida que não saiu. Isso pra mim é até bom. Não estou falando sobre o mato crescendo. Como eco-ambientalista eco-tudo, mato crescendo para mim é sinal de floresta se recuperando, de espécies colonizadoras tomando conta, capoeira se formando. Não estou lamentando os buracos da menor BR do Brasil. Para mim seria muito melhor que virasse uma trilha. O que não pode acontecer é o baixo astral que vi na Avenida das Cataratas. 

A auto-estima da cidade lá em baixo para todo mundo ver. Vi todo mundo desanimado. Vi um rebanho de ovelhas sem pastor. Ninguém sabe para onde vai. Não há política (não me refiro a políticos ou politiqueiros). Não há projeção de futuro. Depois de anos de anúncios consecutivos de aumento de turistas feitos pelos “positivistas” do “vuco-vuco” do “vamos-que-vamos” do Governo Federal, e certos vucu-vuqueiros de plantão locais, vejo isso aí. Sobre o motivo da decadência, a melhor frase que ouvi foi a de uma colega: “É a maldição de Mbói”. Ela não está muito errada, não. Vamos conversar seriamente sobre isso?