Algumas notícias de Foz do Iguaçu. E você decide se são boas ou não. Primeira e na lata: Itaipu vai cobrar a visita ou, na voz passiva, visitas à Itaipu passaram a ser cobradas. Se passam a ser cobradas é porque até pouco tempo foram gratuitas. Assim, haverá vários tipos de visitas. Tipo um: turística ou panorâmica. Tipo dois: circuito especial (entra na Usina) e Tipo Três: Institucional-Técnico-científica.
A Panorâmica ainda está sendo grátis até junho. Depois disso, a “Panorâmica” custará R$ 15.00 para brasileiros e estrangeiros. E R$ 7.00 para brasileiros acima de 60 e moradores dos municípios lindeiros ao Lago da Represa – quer dizer, os municípios entre Foz e Guairá.
O Circuito especial já está sendo cobrado. Estrangeiros pagam R$ 30.00 e os “idosos” – pagam R$ 16.00. Legal. O terceiro tipo de visita, a Institucional técnico-científica não é cobrada. É grátis? Não! É restrita. É tipo feirinha de ambulante: você não paga mas não leva. Tem quer ser convidado, autoridade, estudante de engenharia e outros públicos dignos desse Salam-Alaikum!
O que impressiona é o silêncio do “trade”. Trade, na gíria, quer dizer as empresas e pessoas do turismo. Ninguém fala de prejuízo. Até pouco tempo, quando as visitas eram gratuitas, a visita a Itaipu era bancada pela Itaipu (pelo que eu agradeço e reconheço o mérito). O receptivo local só pagava o transporte até o Centro de Visitantes. Isso significa que o custo de uma visita a Hidrelétrica, saía por volta de US$ 4.00, 5.00 máximo US$ 10 por pessoa (preço para grupos). Hoje, a estes US$ 5.00 ou 10.00 deve-se acrescentar os R$ 30.00 para brasileiros e estrangeiros normais ou R$ 16.00 para os que já passaram da meia idade. E isso inclui acrescentar algo pelo câmbio etc.
Isso significa ainda que em cima disso aí, deverá ser paga as comissões dos guias de turismo, e as caxinhas para os TCs (TC é tour conductor – é o guia-guia que vem de fora, também pode ser um picareta transatlântico) e etc e esse preço vai aumentar. Assim, exagero meu, à parte, logo será possível ver gente pagando US$ 50,00 para visitar Itaipu.
Segundo material que caiu nas minhas mãos, se afirma que os preços são sugeridos. Eu tenho sérios problemas com esta palavra porque muitas vezes, sugerido é sinônimo de “chute”. Pelo menos, os preços não seguiram a tabela do “modelito do Ibama” (ou seja o modelito dos “apoderadores” de parques nacionais que o Ibama foi forçado a engolir) dos que tem tarifas para lindeiros, brasileiros, “mercusolensianos” e estrangeiros. É uma escala ridícula que segundo a sua posição nela, você é mais, ou menos filho de Deus. Mas nada impede de que alguém entre na justiça e exija o tratamento igual segundo a Lei (ou melhor estou pedindo que alguém faça isso).
A promessa Itaipuana ou pelos menos do pessoal “Complexo-turistiquense” é que a cobrança fará do turismo da Bi-nacional auto-sustentável. Detesto a palavra “sustentável”. Quando alguém usa esta palavra gratuitamente é porque a insustentabilidade está rondando o terreiro. Ah, o documento diz que o COMTUR foi comunicado sobre as mudanças. Minha primeira reação foi: Hum, dizer para o COMTUR e não dizer pra ninguém é a mesma coisa! E antes de concluir, me lembrei de outras duas preciosidades: vão cobrar também a visita ao Ecomuseu de Itaipu e ao Refúgio Biológico Bela Vista. Gostou? Não vai fazer nada não?
Pergunta final: o “bi” na palavra binacional quer dizer dois países. Minha pergunta é: a visita ao lado paraguaio da Itaipu Binacional vai ser cobrada também? Não estou “sugerindo” aqui que estaremos privilegiando os paraguaios, mas sim que a “assimetria” na fronteira aumenta. Assimetria significa diferença. Será que essa assimetria não abre caminho para que a gente bole umas excursões mais baratas? Visite a Itaipu Binacional pelo Paraguai e só pague a metade! Poderíamos também incluir jantar em um restaurante com visita ao Cassino! Fui!!!!
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