O turismo está mal? Acho que sim. Mas lembre que o turismo é complexo. Turismo não é a mesma coisa para o turista, para trabalhador do turismo, para um guia de turismo (que se acha pra caramba – eu fui um deles), para um hoteleiro, para um piranha do turismo, para um turismólogo, para um burocrata, para um tour operator, para um agente, para um prestador de serviço, para um prefeito, para um deputado, para o presidente, para o Ministério do Turismo, para a Igreja, para um garçom de bar freqüentado por turistas. Assim, o terreiro turístico não tem um galo dono. Ou os galos se unem ou afundam. Um galo excessivamente possessivo no galinheiro turístico é má notícia. No galinheiro turístico da Terra das Cataratas, tem galo demais, galos despreparados, galos ostentosos, galos metidos, tem até galos que já se confundem com pavões.
Por causa disso Foz do Iguaçu não tem política de turismo. Política de Turismo? Sim é uma espécie de mapa que diz para onde a cidade quer ir com o turismo como negócio, como fonte riquezas e bem-estar para todos. Não é só o turismo do turista, o turismo do guia, ou o turismo do piranha ou do burocrata. É um plano de viagem com começo, meio e fim. De preferência que o fim seja o “destino” e não o fim do turismo – como é o nosso caso ou o fim do “atrativo” – como também parece ser o nosso caso.
Como não há um plano de viagem – se criam vários planos. Claro que já não é uma viagem. Mas muitas. Cada prefeito acha que cria um roteiro. Cada agente de viagem sabe tudo sobre um plano mas não explica porque o plano “está na cabeça dele”. É como futebol. Assim não dá. Tome como exemplo os confusos anúncios oficiais que prometiam melhorar o turismo pela criação de “atrativos” .
Você já ouviu falar do Memorial Cabeça de Vaca que seria construído no Marco das Três Fronteiras? Pois é existiu este plano. Dizem que agora há um plano de se fazer uma estrutura - atrativo na variedade torre, no mesmo local. Será uma torre de 100 metros, com restaurante giratório. Disseram que já foi feita até uma licitação pública e que a tal já foi vencida e ganhada.
Mas o Plano do Marco das Três Fronteiras não é completo. Para a mesma área se fala de porto intermodal. No lado paraguaio já existe um – bem em frente ao Espaço das Américas. Lá já houve até derrame de combustível com o afundamento de balsa. Então, o que se observará da torre? O porto? Como a região também disputada pela contravenção, testemunharemos crimes, barquinhos de contrabando? Para o local também se prevê uma ponte rodoviária. A ponte também seria rodo-ferroviária.
Mas nenhum lugar é mais complicado que a Estrada das Cataratas. A duplicação da Rodovia serviria para uni-la com a Grande Perimetral Leste que desviaria o trânsito pesado de caminhões da BR 277 para o Complexo Aduaneiro Brasil-Argentina, na boca da Ponte Internacional da Fraternidade / Tancredo Neves ou Ponte Internacional do Assalto. Não entendo. Turismo de lazer com trânsito pesado de caminhões que transportam toda a carga do Brasil para a Argentina e Chile, é complicado. Vamos ter que investir pesado no IML e outros equipamentos de qualidade para o “turismo funerário”. Mas isso não é tudo.
Esquecemos a Ferrovia do Oeste do Paraná ou Ferroeste que, segundo um dos traçados propostos, deverá cruzar a Avenida das Cataratas próximo a Casa de Shows Cristal ou Crystal. Não sei como vamos encaixar todas estas questões. O cruzamento será feito por viaduto suspenso? Subterrâneo? Ou será no nínel da estrada? E como prova de que ninguém planeja nada vi ainda um condomínio fechado de luxo – um cartão postal do Brasil inseguro – que segundo um autor cujo nome evaporou não passa de um “gueto de rico”. Como fica tudo isso? São só exemplos e só foquei o lado dos galos ricos, galos / peru. E não posso deixar de lado o super Plano para a construção de um Parque Temático na região do Jardim Universitário – milhões de dólares. Torço que saia, mas pelo que estou vendo ....acho difícil. E além do mais o Parque Temático terá que ser um super parque. Até porque a pequena Itaipulândia já saiu na frente e faz tempo. GOOOOOOL!
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